GAZA
São reféns eles dizem no escuro não há corpo que tenha dona a criança explode as partes voam a testa não se lembra do carinho só voa os dedos no bolo de aniversário voam um dia a mãe cuidou para que ficasse limpa e forte mas nem as roupas nem os dentes um mar vermelho engole e eu morta como elas faço poemas não agradeço a deus pelos meus é uma afronta: palavra alguma dá conta são quarenta e dois quilômetros quero o sono profundo de décadas para os anos que já duram milênios no lombo carrego...