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Protagonistas

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Mãe, esposa, amante,

Peça decorativa,

Símbolo emotivo de virtude,

de perversão, de fraqueza.

Papéis reservados à mulher

por séculos, na literatura.

Nunca a protagonista,

Jamais a autora!

 

Apenas para o homem

o papel principal,

o reconhecimento

os prêmios, as láureas

num pavonear constante

entre triunfos e conquistas

em meio à uma sociedade misógina,

patriarcal e desigual.

 

Não!

A invisibilidade não é o destino da mulher

O silenciamento não é sua morada...

“Eu existo!” gritou ela um dia

Buscando a liberdade

de transcender esses papéis,

De explorar

sua própria identidade,

seus mais íntimos desejos.

 

E mesmo confinada à vida doméstica,

Mesmo proibida ao conhecimento,

Ela leu... escreveu ... criou...

Rompeu o casulo

O livro abriu-se para ela.

Surgiram Murasakis, Janes, Virginias, Simones,

Níseas, Firminas, Carolinas, Conceições...

 

Antes invisibilizadas,

Rasgaram caminhos

Abriram estradas

Desafiaram preconceitos,

Resistiram à ignorância,

Floresceram nas margens da exclusão,

Desafiaram a noite com palavras,

Foram luz na escuridão da desigualdade.

 

Somos herdeiras dessa coragem,

Carregando a força de suas vozes,

Ecoando seus gritos de liberdade.

 

Em cada linha escrita, em cada verso,

Nós as reverenciamos.

Não mais figuras decorativas,

Mas autoras da própria história,

Reivindicando espaço,

Exigindo escuta

Escrevendo, com a tinta da luta,

que não cessa,

Nosso protagonismo.

 

20/10/2024

 
 
 

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